Francis Júnior Jornalista
Assassino cruel e opressor
Essa é a definição do homem que matou a companheira que residia em Monlevade!
O assassinato da dona de casa Graciele Souza (foto) foi com requintes de crueldade executado pelo próprio companheiro, pai do seu filho de apenas 2 anos. "O homem é extremamente violento, não tem respeito por mulheres e tem registros policiais por agressão". Essa definição é da delegada Camila Alves Batista, que coordenou a investigação que levou à prisão do assassino.
Ele tem 42 anos, é operador de retroescavadeira e residia com a esposa oficial e dois filhos em São Gonçalo do Rio Abaixo. E em João Monlevade mantinha a companheira, Graciele Souza, de 36 anos.
O assassinato
No dia 17 de dezembro ele marcou com Graciele de retornar à sua residência, no bairro República, para trazer o filho de volta. Porém, não trouxe a criança, mas saiu levando a mulher em seu carro.
O homem dirigiu até um bota-fora em São Gonçalo do Rio Abaixo, uma área onde caminhões descarregavam terra e onde ele já trabalhou. Ali, desferiu cerca de sete golpes de faca na vítima e depois a enterrou sem nem mesmo verificar se ela estava realmente morta, conforme explicou a delegada Camila Alves Batista.
A investigação
Segundo a delegada, a Polícia Civil entrou no caso no dia 26 após denúncia da filha de Graciele. A jovem contou que a mãe havia desaparecido há quase 10 dias, mas que não havia levado nada, nem a bolsa, nem o celular, e a casa estava em ordem.
Durante as investigações os policiais levantaram a ficha do principal suspeito, o companheiro, um homem que ameaçava e que agredia a vítima, agredia também sua esposa em São Gonçalo e que tem registro de agressão até á própria mãe em Antônio Dias.
Cinco dias depois, no dia 31 de dezembro, os policiais localizaram o suspeito na residência de familiares em Antônio Dias. Ele tentou fugir, houve resistência até por parte de familiares, mas eles conseguiram trazer o homem e o carro dele para perícia.
A confissão
Depois de interrogado ele confessou o crime e indicou o local onde havia enterrado o corpo. Um dos integrantes da equipe, Fernando, perito criminal, explicou que foram mais de 7 horas de escavações para encontrar o corpo, visto que, num prazo de 15 dias, foram muitas toneladas de terra despejadas no local.
Foi preciso o auxílio de uma retroescavadeira e do Corpo de Bombeiros Militar de São Gonçalo, que tem homens com experiência neste tipo de busca, visto que trabalharam na busca das vítimas da barragem de Brumadinho.
Até 30 anos na cadeia
A Polícia Civil aguarda agora o relatório da necropsia para encerrar o inquérito. Para o delegado Bernardo de Barros Machado, que também participou da coletiva à imprensa, o acusado já teve a prisão preventiva decretada e pode pegar de 12 a 30 anos de reclusão.
Um outro detalhe deste crime cruel, apurado pelos investigadores, é que o autor comprou uma faca, de cabo branco, e a mostrou para pessoa conhecida, afirmando que era parar matar a mulher. Essa faca não foi encontrada ainda.
A motivação do crime
A delegada Camila Alves Batista explicou ainda que um dos fatores motivadores do crime pode ser ciúmes, visto que o homem suspeitava que estava sendo traído pela companheira, mas também pode estar relacionado à dinheiro, já que Graciele sempre o cobrava ajuda financeira para cuidar do filho.
Essa criança foi encontrada na casa da esposa dele, em São Gonçalo do Rio Abaixo, e a mulher tinha conhecimento a respeito do outro relacionamento do marido. Porém, também tinha medo dele. Camila Alves Batista esclareceu que a criança continua lá, sob monitoramento do Conselho Tutelar. Foi uma medida para evitar traumas maiores, visto que a mãe está morta.
Como prevenir
A delegada explicou que esse crime poderia ter sido evitado, caso a vítima ou alguém que tivesse conhecimento da violência que ela sofria, tivesse apresentado denúncia pelo 181 ou 190. Em resposta a questionamento da nossa reportagem Camila Alves Batista apresentou os meios de se evitar que o pior aconteça.
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