Francis Júnior Jornalista
Assassinato de professora foi tragédia anunciada
O autor do crime tinha avisado que planejava o ataque, mas ninguém acreditou.
A falta de planejamento das escolas para lidar com alunos considerados “problemáticos” pode ser uma das causas de mais uma tragédia em escola brasileira. O autor do crime, aluno de 13 anos do oitavo ano do ensino fundamental, tinha revelado o ataque dias antes.
Esse jovem era procedente de outra escola estadual de onde havia sido expulso por agressão.
Nesta escola, localizada em Taboão da Serra, uma funcionária registrou boletim de ocorrência onde afirma que o aluno apresentava comportamento agressivo, postando vídeos nas redes sociais com arma de fogo e simulando ataques violentos.
A transferência
Ele foi transferido no final de fevereiro. Alguns dias depois, já na nova escola, no bairro Vila Sônia, brigou com um colega proferindo xingamentos racistas. A professora Elizabeth Tenreiro, que tinha 71 anos, foi quem fez a intervenção para separar a briga.
Nesta segunda-feira, dia 27, usando uma máscara de caveira e armado com uma faca o estudante invadiu a sala e atacou a professora. Em seguida feriu mais quatro colegas e uma outra professora.
As causas
Em depoimento à polícia ele não demonstrou arrependimento. O delegado afirmou que vai avaliar o depoimento, o bilhete que ele deixou para sua mãe e as postagens online para definir a motivação.
Trinta mortes em escolas
Nos últimos anos foram registrados no Brasil 23 ataques em escolas, com um saldo de 30 mortes. Segundo especialistas, uma das causas é a falta de programas destinados a adolescentes com problemas de saúde mental.
Estudantes que podem ser identificados e tratados, com ajuda dos pais, professores e alunos.
Programas de ajuda
O entendimento é de que as escolas do Brasil precisam desenvolver programas de habilidades sócio-emocionais, uma vez que metade dos estudantes sofre de bullyng.
E já existe lei federal para essa ação.
Em João Monlevade algumas escolas municipais já contam com atendimento psicológico.